Manaus - 11.568 km² da Amazônia foram desmatados entre julho de 2021 e agosto de 2022, segundo dados divulgados anualmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas INPE PRODES. Nos últimos quatro anos, um total de 45.586 km² de floresta foi destruído, marcando o fim do governo de Bolsonaro com um legado de destruição.
“Os últimos quatro anos foram marcados pela agenda antiambiental e antiindígena do governo Bolsonaro e pelos danos irreparáveis causados à Amazônia, à biodiversidade e aos direitos e vidas dos povos indígenas e comunidades tradicionais. O novo governo sinalizou seu compromisso com a agenda climática global, mas há sérios desafios pela frente para o presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva cumprir suas promessas. Reverter a destruição do governo anterior e tomar medidas significativas para proteger a Amazônia e o clima deve ser uma prioridade para o novo governo”, disse André Freitas, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.
O desmatamento tem se concentrado na região sul da Amazônia, também conhecida como AMACRO, área destinada à expansão do agronegócio com base em um modelo de desenvolvimento fortemente dependente da destruição da floresta. Essa expansão abre uma nova fronteira de desmatamento, aproximando a agricultura da maior porção conservada da Amazônia, vital para o clima e a biodiversidade do Brasil e do mundo.
De julho de 2021 a agosto de 2022, foram desmatados 372.519 hectares de florestas públicas e 28.248 hectares de terras indígenas, indicando o avanço de atividades ilegais como invasão e grilagem de áreas protegidas.
“Para começar a reconstruir a agenda climática do Brasil, é fundamental que o novo governo tenha um plano robusto de controle do desmatamento e combate à mineração e à grilagem de terras, retomando a criação de áreas protegidas, os direitos dos povos indígenas e a responsabilização dos responsáveis por crimes ambientais . É importante que o futuro governo promova uma transição ecológica que estabeleça uma economia dominante na Amazônia que possa conviver com a cobertura florestal e trazer desenvolvimento real e equitativo para a região”, acrescentou Freitas.
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Fotos: Greenpeace